quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Importância do Brincar


As Diversas Facetas do Brincar

Enquanto brinca, a criança está consciente de que está representando um objeto, situação ou fato, mas, ao mesmo tempo, está inconsciente de que esteja representando algo que lhe escapa por estar fora do campo de sua consciência no momento. A brincadeira simbólica, como as demais manifestações simbólicas, daria à criança condições de aprender a lidar com suas emoções e afetos. É particularmente interessante observar um processo análogo nas crianças, com alternância de movimentos com predomínio de abertura, e outros de fechamento, tanto em nível físico-funcional, como em nível simbólico-representativo. Através da observação das brincadeiras das crianças, constata-se realmente que a cada abertura ao meio corresponde um movimento complementar de interiorização, evidenciando-se a organização interna da ação. A brincadeira simbólica vem sendo utilizada na área clínica, principalmente pela escola psicanalítica, há vários anos. No trabalho de consultório, quer em psicologia clínica, quer em psicopedagogia, muitas crianças são atendidas através do lúdico.
O brincar enriquece a dinâmica das relações sociais na sala de aula. Possibilita um fortalecimento da relação entre o ser que ensina e o ser que aprende.As brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, forma de pensamentos e aprendizagem. Os jogos e as brincadeiras fornecem à criança de sete a dez anos a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia frente às estimulações do seu ambiente.A intervenção do professor é necessária e conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da interação social ser indispensável para o desenvolvimento do pensamento. As incitações do professor ajudam as crianças na reflexão sobre suas próprias ações. Juntos e com afeto, aluno e professor podem transformar o conhecimento em um processo contínuo de construção. Cabe ao professor criar situações adequadas para provocar curiosidade na criança e estimular a construção de seu conhecimento.
Pode-se perceber nesse momento, a importância de se proporcionar à criança de sete a dez anos a vivência de situações concretas com jogos diversos e múltiplas atividades que favoreçam a construção de um ambiente alfabetizador. A tarefa essencial do educador deve estar voltada para seduzir o aluno, para que ele deseje e, desejando, aprenda. Os jogos também contribuem para o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático. Através deles, criam-se situações de aprendizagem para a criança. “O ensino da matemática fundir-se-á à aprendizagem natural, espontânea e prazerosa que as crianças experimentam desde o nascer” (FAGALI E DEL RIO DO VALE, 1993, p. 15). Os jogos desafiam o pensamento da criança, provocando desequilíbrio, proporcionando descobertas e invenções, não a memorização mecânica. Na aula modelada pelo método tradicional, o professor tem a palavra como poder e a autoridade como reforço e condutor do conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASFAGALI, Eloísa Quadros; DEL RIO DO VALE, Zélia. Psicopedagogia Institucional aplicada: A aprendizagem Escolar Dinâmica e Construção na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 1993. PIAGET, Jean. Para Onde Vai a Educação? Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.WINNICOTT, D. W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: IMAGO, 1993.
Publicado em 04/05/2007 15:50:00